O Ministério da Saúde aponta que, no primeiro trimestre de 2015, foram registrados no Brasil mais de 700 mil casos de dengue. Somente no estado de São Paulo já foram contabilizadas 220 mil ocorrências.
É importante ficar atento, porque, nesta época do ano, também aumentam os casos de gripe e outras complicações respiratórias. Por isso, é necessário contar com o máximo de informações, para que estas doenças não sejam confundidas, já que os sintomas são muito parecidos.
A repórter Carla Mota conversou sobre isso com o médico otorrinolaringologista, Jamal Azzan. Ele explica que a confusão entre os sintomas da dengue e das doenças respiratórias tem se tornado comum. “Tem havido uma confusão muito grande da população em função do medo da dengue, principalmente da dengue hemorrágica. Esta confusão acontece entre resfriado, gripe e dengue”, diz.
Por este motivo é importante esclarecer as diferenças entre os três casos. “Em primeiro lugar, o resfriado e gripe são viroses respiratórias, transmitidas pelas secreções respiratórias. Já a dengue é transmitida por um mosquito. O resfriado tem predominância de sintomas no nariz e na garganta – coriza, nariz entupido e escorrendo, dor de garganta, mas, frequentemente, sem febre alta. A gripe pode ser grave, porque o corpo como um todo é atingido e a pessoa tem muito mal estar, febre que pode ser alta, dor de cabeça e dores no corpo, junto com os sintomas no nariz”, destaca.
A grande diferença para a dengue é a ausência de sintomas no nariz. “Ela não deixa com nariz entupido, não dá coriza e espirros. Além disso, ela tem duas características fundamentais em sua diferenciação clínica: dor no fundo dos olhos, principalmente em sua movimentação, e vermelhidão na pele, especialmente no tronco”, acrescenta.
De acordo com o médico, a dengue se torna mais perigosa quando se transforma em hemorrágica. “Ela se caracteriza principalmente por sangramentos pelo nariz, nas gengivas, na boca, pintas vermelhas na pele e a presença de dores na barriga fortes e contínuas, além de vômitos persistentes. Também podem acontecer dificuldades respiratórias e alterações neurológicas”, frisa.