Recentemente, Juliana Paes precisou se afastar de seus projetos na Rede Globo para tratar de um problema de saúde. A notícia de que a atriz havia recusado o projeto de apresentar o programa Os Melhores Anos das Nossas Vidas da emissora por conta de uma doença gerou preocupação entre os fãs e, por isso, ela usou sua rede social para esclarecer a situação.
No Stories do Instagram, a atriz revelou que o motivo do pedido de dispensa para o trabalho deve-se a um problema em sua saúde vocal.
“Não é nada grave. Eu descobri dois cistos nas minhas cordas vocais. Além dos cistos, tem um pouco de rouquidão, um pouco de edema. Tudo isso vem de excesso de trabalho. A Bibi [Perigosa, sua personagem recente na novela “A Força do Querer”, da TV Globo] tem um pouco disso, eu gritava muito, um pouco de estresse, de demandas… Então a gente chegou à conclusão de que eu preciso de repouso vocal e que vou usar esse tempo [dos projetos] para fazer fonoterapia”, explicou Juliana com um tom de voz mais rouco e em abaixo do normal.
Os cistos nas cordas vocais podem aparecer pelo uso excessivo do tecido musculoso, o que gera uma espécie de trauma nas chamadas pregas vocais – nome correto para as popularmente chamadas cordas vocais. O quadro é comum em quem utiliza a voz como ferramenta de trabalho, caso de atores e cantores.
De acordo com o otorrinolaringologista Jamal Azzam, os cistos podem ser congênitos, ou seja, a pessoa nascer com eles, ou podem ser adquiridos ao longo dos anos. Neste segundo caso, o fator que desencadeia seu surgimento está ligado ao mau uso da voz. “O problema não está em usar muito a voz, mas em usá-la sem preparo. Ou seja, o problema está na qualidade do uso, e não na quantidade”, diz o especialista.
Ainda de acordo com o especialista, é possível conviver com um cisto nas cordas vocais sem que ocorra grandes complicações. “O cisto pode ou não gerar consequências na voz, vai depender da posição em que ele está. Se ele estiver acima do local onde as pregas se tocam, não existe problema nenhum de voz”, comenta Azzam.
A cantora Anitta, por exemplo, sempre teve cisto nas cordas, mas precisou passar por uma cirurgia depois que um edema surgiu da região.
Complicações
Diferentes situações favorecem as chances para o aparecimento de complicações, como as inflamações, em casos de cistos nas cordas vocais. Inflamações geradas por cistos têm como consequências os edemas, que são inchaços decorrentes desse quadro de saúde.
Dentre os fatores desencadeantes, destacam-se o tabagismo, a virose intensa, a laringite, o refluxo ácido do estômago e traumas vocais agudos – como gritar excessivamente.
Sintomas de cistos vocais
Toda rouquidão que dura mais de 10 dias vale ser investigada pois pode ser um alerta para um cisto nas cordas vocais.
Outro ponto que pede atenção é a dor semelhante à dor de garganta, tosse, pigarro e, em caso de edema muito grande, falta de ar.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico para o cisto é feito por meio de um exame chamado laringoscopia.
Descoberta a presença dele nas pregas vocais, o otorrinolaringologista avalia se a pessoa precisa ou não do acompanhamento de uma fonoaudióloga. No caso de Juliana, é este tratamento que ela seguirá.
Quando necessário o acompanhamento, o paciente realiza exercícios de voz, respiração e relaxamento para evitar inflamações no local.
Também é necessário beber bastante água para hidratar e prevenir inflamações, assim como fazer repouso vocal e tratar inflamações com medicamentos – quando necessário.
Em casos mais raros, pode ser feita cirurgia para retirada do cisto. No entanto, ela pode acarretar sequelas na voz.