Pelas ruas, ônibus, metrô ou trem, o que impera é o fone de ouvido. Se você reparar, vai ver que é difícil não cruzar com alguém que esteja com o acessório. O grande problema nessa prática é o volume do som que está diretamente no ouvido. Uma combinação perigosa e que pode levar até à surdez.
“Os fones de ouvido podem ser bem perigosos, até mais do que um som alto no ambiente. Isso porque, no som ambiente, grande parte das ondas sonoras de frequências agudas – as mais perigosas para a audição – são abafadas pelo teto, chão, móveis, pessoas, entre outras coisas. Já no fone de ouvido não há essa dissipação e o ouvido recebe todas as frequências na mesma intensidade”, alerta o otorrinolaringologista Dr. Jamal Azzam.
Por isso é preciso tomar muito cuidado com o volume. “Quando com os fones, a pessoa deseja ouvir somente a música que toca no player. Porém, o som do ambiente externo também acaba entrando nos ouvidos. Isso faz com que a pessoa aumente cada vez mais o volume, podendo chegar a risco de sérias lesões auditivas”, explica o especialista.
As perdas auditivas provocadas por ruídos excessivos podem ser imediatas, assim como também podem ser cumulativas e progressivas. Segundo o Dr. Azzam, a atenção é essencial, já que essas perdas acontecem, geralmente, sem a pessoa perceber.
“O ideal para quem usa ou já usou muito fone de ouvido com volumes exagerados é procurar um médico e fazer um teste auditivo chamado Audiometria”, indica o otorrino, que ainda lista outros cuidados. “É preciso usar um fone de qualidade e que não emita ruídos. Outra medida é buscar por um modelo que isole ao máximo o som, para evitar a interferência do ambiente. Nunca passe de 70% do volume máximo do aparelho e, por último, evite dormir com eles. O órgão precisa de descanso para se recuperar da sobrecarga sonora diurna e, além disso, o silêncio na hora de dormir é uma recomendação básica para a saúde do sono”, finaliza.