Já sentiu que o dia não rendeu da forma esperada? Ou que você está com fadiga, cansado e até mesmo pensando em tirar aquela soneca durante o expediente? Cuidado, pois esses são alguns dos sintomas de uma noite mal dormida por conta do ronco, que pode indicar muito mais que apenas uma obstrução das vias respiratórias.
Segundo o otorrinolaringologista Jamal Azzam, “o ronco geralmente está associado à Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono, ou SAHOS, conhecida também como apneia do sono, um distúrbio provocado pela obstrução dos canais respiratórios, culminando numa diminuição drástica no fluxo de ar, chegando às vezes, a obstruí-lo completamente. As paradas respiratórias com duração maior de 10 segundos são consideradas patológicas”.
As consequências mais comuns da doença são o cansaço e sonolência durante o dia. Também pode ocorrer redução da memória, dificuldade para assimilar novas informações, maior irritabilidade e labilidade emocional. O ronco, juntamente com a apneia do sono, pode ter graves consequências como algumas implicações cardiológicas. Existe uma forte relação entre a doença e hipertensão arterial, arritmias cardíacas, doenças nas coronárias e insuficiência cardíaca.
Os idosos são os mais afetados pela apneia do sono. Eles naturalmente acumulam distúrbios cárdio-circulatórios, respiratórios e metabólicos característicos do envelhecimento. No entanto, quando soma-se à apneia do sono, a agravamento dos sintomas e a enorme piora das consequências torna-se realidade podendo inclusive resultar em uma morte súbita.
Em qualquer idade roncar todos os dias nunca é normal, e em crianças não é diferente. Segundo o especialista, “crianças podem desenvolver SAHOS e ter o ronco como principal sintoma, e isso pode trazer algumas consequências como a diminuição da liberação de GH, o hormônio do crescimento, pois a liberação para o sangue ocorre somente durante o sono. Isto pode comprometer seriamente o processo de crescimento”.
O diagnóstico de doenças respiratórias associadas ao ronco é realizado através de uma consulta com um otorrinolaringologista e do exame de polissonografia. O exame é não invasivo, é indolor e consiste na análise da qualidade de sono, parâmetros respiratórios e neurológicos durante o sono.