Quanto tempo os ouvidos das crianças podem curtir o carnaval?

Já tem mini foliões de todas as idades se jogando nos bloquinhos e bailinhos de carnaval. No entanto, os pais não podem se esquecer que os ouvidos das crianças são mais sensíveis aos sons altos. Fique atento aos cuidados para proteger seu filho e curtir a folia com segurança.

Em pleno carnaval, o que não faltam são programações como bailes, bloquinhos e festas para curtir a folia. E é claro que fantasia e uma boa marchinha não podem ficar de fora. No entanto, o alerta vai justamente para a música. Já que, nesses ambientes, normalmente os ouvidos ficam expostos a sons muito altos. “Por ser um órgão do sentido, o ouvido é muito delicado e pode sofrer lesões caso seja submetido a uma sobrecarga sonora”, explica o otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Jamal Azzam.

Segundo ele, no dia a dia, o sistema auditivo é submetido a diferentes níveis de decibéis – que é a medida de intensidade sonora. “A nossa audição suporta até 85 decibéis durante oito horas seguidas. Enquanto uma conversa normal chega a 40 decibéis, um trânsito carregado pode chegar a 70 decibéis. Por isso, quanto maior a intensidade do som, menor deve ser o tempo de exposição”, orienta.

Quais locais os pais devem ficar atentos?
Para que os pais possam ter ideia dos riscos, o especialista listou os 4 lugares mais prejudiciais para os ouvidos das crianças durante a época de folia.

Avenidas: os instrumentos sonoros de uma escola de samba em plena avenida emitem sons intensos, ultrapassando os 115 decibéis. Isso significa que a exposição sonora segura é de 7 minutos.

Trio elétrico: eles são capazes de emitir sons de 110 decibéis. “Para uma exposição segura, é indicado até 15 minutos. Sem os devidos cuidados, os traumas podem ser eternos”, explica Jamal.

Bailes de carnaval: as festas em ambientes fechados podem emitir até 115 decibéis. A exposição máxima neste ambiente também deve ser de, no máximo, 7 minutos. “As consequências podem ser, além das perdas auditivas, tontura e zumbido”, diz.

Bloquinhos de carnaval: cornetas, tambores, vuvuzelas e música alta podem chegar a 112 decibéis. Por isso, o período de exposição segura é de até 10 minutos.

O especialista alerta ainda que as orientações valem tanto para bebês quanto para crianças maiores. “Não existem diferenças de sensibilidade auditiva entre as crianças, a não ser no intra-útero, que é o período de desenvolvimento auditivo mais sensível a lesões”, explica.

O que fazer para curtir por mais tempo e com segurança?
Ah… mas é muito pouco tempo? Se as crianças quiserem curtir mais, o ideal, segundo o otorrinolaringologista, é usar tampões nos ouvidos. “Diante da intensidade extremamente elevada do som no carnaval, os tampões vão abafar os ruídos e, mesmo assim, permitir uma ótima audição das musicas”, afirma.

No entanto, é importante que eles sejam do tipo “espuma”, inseridos corretamente nos canais auditivos. “O algodão não é isolante acústico e não deve ser usado, bem como nenhuma outra improvisação. Já vi pacientes que colocaram papel higiênico, tampões de natação, pedaços de espuma comum, etc. Além de não isolarem o som, ainda têm o risco de ficar algum pedaço dentro dos ouvidos”, alerta o especialista.

Após as festas, também devem ser tomados alguns cuidados. “É recomendado dar um descanso aos ouvidos após longos períodos de exposição, para diminuir a possibilidade de zumbido e lesões permanentes”, aconselha.

Quais são os sinais de alerta?
Segundo o otorrinolaringologista, os sinais de problemas auditivos são pouco aparentes e geram dúvidas, principalmente quando as perdas são leves e iniciais. “Uma situação terrível que estou atendendo muito: crianças com perdas auditivas importantes estão sendo erroneamente diagnosticadas como autistas. Como não respondem e não interagem, os pais acabam pensando que é autismo”, explica o médico.

Geralmente a criança não se queixa diretamente da perda auditiva, mas tem atitudes como:

– Escuta TV alto;
– Fica grudada na TV;
– Está sempre “distraída”;
– Fica com o olhar fixo, sem responder;
– Não responde quando é chamada.

“O que determina a pessoa ter ou não uma lesão auditiva é o conjunto da intensidade do som, o tempo de exposição e a sensibilidade individual”, finaliza. Por isso, o uso de tampões adequados é a melhor maneira de curtir a folia com segurança!

Revista Crescer

Dr. Jamal Azzam

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DR. JAMAL S. AZZAM

Um pouco sobre mim...

Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP em 1986 e especialista em Otorrinolaringologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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