São diversos os fatores que podem levar à chamada sialorreia ou hipersalivação: dificuldade em engolir, cáries, problemas de mordida, inflamações em geral, língua muito volumosa, náusea, uso de alguns medicamentos e até mesmo disfunções neuromusculares. Por isso, o tratamento vai depender do diagnóstico de um otorrinolaringologista ou de um dentista.
Algumas condições ou doenças também podem contribuir para a produção excessiva de saliva. Pessoas com Síndrome de Down, ou problemas neurológicos, como Parkinson, por exemplo, podem apresentar dificuldade para engolir e, com isso, acumular saliva na boca. Outro ponto de atenção é a gestação, pois um dos fatores que podem levar à hipersalivação é a náusea, bastante comum durante a gravidez.
Ao seguir o tratamento corretamente, é possível voltar à produção normal de saliva, que não incomoda, nunca sai da boca e não gera um processo de deglutição excessiva. Já o contrário, ou seja, não tratar a sialorreia, além de impactar na autoestima e no convívio social, aumenta o risco de inalar a saliva e outros fluidos para dentro dos pulmões, podendo causar uma pneumonia por aspiração.
A saliva possui um papel muito importante de limpeza da boca e também de prevenção da cárie, já que possui o poder de neutralizar a acidez causada quando ingerimos açúcar em excesso. Ela ajuda a manter a integridade dos dentes e da mucosa bucal, além disso, a saliva é uma substância fundamental para o início da nossa digestão. O líquido ajuda a umedecer os alimentos triturados pelos dentes, o que facilita o processo da deglutição.
Fontes: Jamal Azzam, otorrinolaringologista e membro titular da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial); João Piscinini, dentista e especialista em saúde coletiva da Neodent; Marco Cesar Jorge dos Santos, médico otorrinolaringologista do Hospital IPO (Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia) e coordenador da residência de otorrinolaringologia do Hospital Universitário Cajuru de Curitiba.