Especialista lista as principais causas de enfermidades nos pequenos, nesta época do ano
No dia 21 de dezembro começa oficialmente o verão. E a estação mais quente do ano traz consigo, além das altas temperaturas e umidade, uma série de fatores que propiciam as chamadas doenças de verão. Por isso, é preciso ficar atento aos cuidados com as crianças, que são mais propensas a contraírem essas enfermidades. O otorrinolaringologista Dr. Jamal Azzam listou quais as principais delas, mais comuns nas crianças.
Conheça quais são essas doenças e a melhor forma de prevenir e, assim, não estragar as tão esperadas férias de verão para as crianças:
Dores de garganta: amigdalite e faringite
A amigdalite é a inflamação das amígdalas e a faringite é a inflamação da faringe. As duas doenças têm como principal sintoma a dor de garganta. Para evitá-las, o otorrinolaringologista recomenda tomar cuidado com bebidas muito geladas: “O ideal é tomar pausadamente e, se estiver muito gelado, intercalar com líquidos à temperatura ambiente”. Além disso, é indicado evitar mudanças bruscas de temperaturas, como entrar em ambientes com ar condicionado muito gelado. “Muito cuidado quando a criança ficar pedindo um sorvete atrás do outro, pois a garganta pode sofrer muito com isso. Procure dar intervalos de, no mínimo, uma hora entre um sorvete e outro”, alerta.
Otites externas
As otites externas são ocasionadas pelo contato durante muito tempo com a água, seja de piscina ou praia. O especialista explica que o canal do ouvido fica úmido, facilitando a entrada de bactérias e a instalação da infecção. “Muitas vezes, a entrada da água gera uma diminuição da audição pela dissolução de cera ou de descamações da pele dos ouvidos. É comum que as pessoas fiquem traumatizando a região com hastes de algodão, chegando até a machucar a pele e piorando mais ainda a situação”, diz.
Por isso, segundo o Dr. Jamal, o ideal é não deixar a criança ficar muito tempo na água, além de nunca usar hastes de algodão dentro dos ouvidos. “É muito importante também levar a criança para uma consulta com um médico otorrinolaringologista antes do período de verão, se houver a previsão de uso de piscina ou praia. Assim, o médico irá verificar se existe alguma alteração no canal do ouvido que facilite a retenção de água e então a inflamação. E isso vale também para os adultos!”, alerta.
Diarreia
As infecções intestinais são bastante comuns nesta época do ano pela ingestão de alimentos contaminados, especialmente com bactérias. Isto ocorre, tanto pela higienização e manipulação inadequada dos alimentos, quanto devido ao armazenamento em temperatura ambiente, que favorece o desenvolvimento e crescimento de bactérias no calor.
Para evitar uma reação do organismo, como a diarreia, o médico recomenda ingerir apenas produtos de onde saiba a procedência e lavar sempre as mãos, talheres e pratos.
Desidratação
O calor leva a uma perda muito intensa de líquidos do corpo, especialmente através da transpiração. Geralmente, as pessoas acabam esquecendo de tomar líquidos e fazendo isso somente quando sentem sede e o médico alerta para esse perigo: “A sede é um pedido que o corpo faz quando já está um pouco desidratado. Então, o ideal é tomar líquidos antes de ter sede, ou seja, o tempo todo”.
Outra recomendação importante que o médico dá é oferecer líquidos de todas as formas para as crianças e também para os idosos, “uma vez que estes já têm um reflexo diminuído de sede e não se mobilizam para tomá-los”.
Outra forma importante é usar os líquidos que os alimentos têm, ingerindo muitas frutas e verduras e legumes.
Insolação
A insolação pode ser um quadro grave e gerar febres e mal-estar. Por isso, deve-se evitar a exposição ao sol entre as 11 e as 16 horas. “A hidratação constante ajuda muito. Além disso, é indicado tomar banhos frios periódicos para diminuir a temperatura do corpo”, explica.
Micoses de pele
Segundo o especialista, as micoses de pele são mais comuns nesta época do ano pelo fato de que a umidade da transpiração favorece o crescimento dos fungos. “São comuns especialmente nos pés. Mas, também podem ocorrer em outras áreas do corpo, como na virilha. O ideal é não usar sapatos fechados por períodos prolongados e optar por roupas mais leves. A higiene dos pés e virilha deve ser redobrada, sendo necessário secar bem as regiões, especialmente entre os dedos dos pés”, indica.
Brotoejas na pele
As brotoejas são manchas e nódulos vermelhos na pele do corpo todo ou em uma região delimitada, que podem levar a coceiras e ardor na pele. “Elas ocorrem devido ao calor intenso, junto com obstrução da drenagem livre das glândulas de suor. O ideal é que o bebê e a criança fiquem bastante à vontade no calor intenso, com poucas roupas e que sejam bem leves. As compressas frias na pele ajudam muito a aliviar os sintomas, assim como banhos frios”, diz o médico.
Além dessas doenças de verão comuns em crianças, vale ressaltar a dengue. Como se sabe, o mosquito Aedes aegypti se desenvolve em águas paradas e, com as chuvas da estação, sua proliferação é intensa. Por isso, evitar de todas as formas o acúmulo de água em recipientes diversos. “Procure ainda usar telas de proteção em janelas, aplicar repelentes e prefira roupas compridas, desde que leves”, indica o médico.
Para evitar todas essas doenças de verão nas crianças, não deixe de tomar todos esses cuidados.